Estudando o Novo Testamento


Evangelho segundo Lucas

O terceiro Evangelho foi escrito por Lucas, que escreveu também o Atos dos Apóstolos e foi companheiro de Paulo. Ele escreveu mais ou menos no mesmo tempo que Mateus, depois da destruição do Templo de Jerusalém (70dC). Lucas foi bastante original pois neste Evangelho encontramos muitas coisas que não se encontram nos outros. Lucas escreve uma história teológica: organiza os dados de maneira a transmitir a imagem de Cristo que só a fé pode conceber.
O grande tema do Evangelho de Lucas é: Jesus Cristo é o Salvador Divino. É Redentor para os judeus, para os samaritanos, para os pagãos, para os publicanos, pecadores e desprezados. Para os pobres e para os ricos.

Lucas 8:4-15
Esses versículos contam a Parábola do Semeador.
Parábola é uma história baseada na experiência do povo para ilustrar e revelar as verdades espirituais. Para os que não se submetiam à Jesus, as parábolas eram enígmas. Estas só eram claras para os que se deixavam iluminar pelo Espírito Santo.
A parábola em questão, narra como procedeu um semeador e o ocorrido com as sementes que este atirou à terra. Nos versículos finais, Jesus interpreta a parábola e mostra os impedimentos e a condição de uma boa colheita: um coração duro e incrédulo é como terreno pedregoso; o caráter sem profundidade facilmente vacila na perseguição; o espírito mundano coloca o valor dos prazeres acima do da vida eterna; no coração preparado pelo amor de Deus nasce o fruto que perdura para a eternidade. Só a perseverança garante a vida eterna.

Lucas 24: 44-45
Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras...
"escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos"... ou seja, tudo o que foi profetizado no Antigo Testamento. Jesus entrega à eles a chave ( o Espírito ) interpretativa para compreenderem as Escrituras.
E hoje ainda é assim, só com a mente aberta pelo Espírito Santo é que compreendemos o que o Senhor nos diz através de Sua Palavra!


Carta aos Romanos

A carta aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo durante a terceira viagem missionária, quando ele ficou três meses na Grécia (em Corinto).
Esta carta distingue-se das outras pois expõe uma questão teológico-pastoral: é pela fé, exclusivamente, que se alcança a amizade de Deus (a justificação). Paulo não rejeita, porém, a nova atuação que surge da fé e da graça e as obras do amor fraterno.
Paulo mostra que todos, pagãos e judeus, estão sob o pecado. Deus então mandou Seu Filho Jesus para salvar a todos. Vivemos, pois, uma vida nova, com Cristo morto e ressuscitado, no Espírito e conforme a lei do Espírito, ainda que em conflito com a "carne". Mas com Cristo, venceremos.
A paz com Deus depende da adesão eficaz a Jesus e ao seu caminho de vida. Jesus é o ponto de referência de Deus em nossa vida. Aos olhos de Deus temos valor se nossa vida, por mais limitada que seja, está em harmonia com Cristo. A justiça de Deus torna justo quem não o é, desde que, pela fé na graça manifestada em Cristo, a pessoa se entregue a Ele.
Com a vinda de Cristo, todos, judeus e pagãos, estão na mesma situação e recebem a certeza da salvação pela adesão a Cristo.
Salvação não é uma questão de cultura superior. Toda pessoa que adota o caminho de Cristo é salva, pela fé!

Romanos 5,1-5
"Justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Por ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus. Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado".
Glória a Deus por isso!

Romanos 6,2-4
"Nós, que já morremos ao pecado, como poderíamos ainda viver nele? Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova".
Precisamos valorizar o que Cristo fez por nós e não permanecer em pecado...

Romanos 8,37-39
... “em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Amor incondicional! Quem poderá nos separar do amor de Cristo? NADA nem NINGUÉM!

Romanos 15:4-6
Tudo o que outrora foi escrito para nossa instrução, para que, pela constância e consolação que nos dão as Escrituras, sejam firmes na esperança. O Deus da constância e da consolação, vos dê também perfeito entendimento, uns com os outros, como ensina o Cristo Jesus. Assim, tendo como que um só coração e uma só voz, glorificareis o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo.
A glória de Deus se manifesta em nós na confirmação da nossa esperança nas Escrituras. Esperemos, então, nas promessas divinas!


Primeira Carta aos Tessalonicenses

Esse é o mais antigo escrito do Novo Testamento. Paulo escreveu esta carta à igreja de Tessalônica, que ele fundou, acompanhado por Timóteo, na segunda viagem missionária, por volta de 50 dC. O desejo de Paulo ao escrever essa primeira carta foi unir-se com laços fortes à igreja que ele fundara. Exortou quanto à pureza moral, ao amor fraterno, à diligência ao trabalho diário e à vigilância. Paulo teve que seguir para Atenas e de lá, enviou Timóteo para ver como estava a jovem comunidade.

1 Tessalonicenses 2:13
Por isso é que também nós não cessamos de dar graças a Deus, porque recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes, e a acolhestes, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, como palavra de Deus, que age eficazmente em vós, os fiéis.
Esse versículo é uma advertência contra a tendência de pôr a tradição humana no mesmo nível com a Palavra de Deus. E como é atual, né? Um hábito que vem pelos séculos... Precisamos estar sempre vigilantes!


Primeira Carta a Timóteo

As cartas a Timóteo e a Tito têm em comum muitos traços que as distinguem das demais cartas paulinas. Combatem as falsas doutrinas e não se dirigem a comuidades, mas a pessoas individuais, colaboradores e sucessores em sua missão pastoral. Tudo indica que esta primeira carta a Timóteo foi escrita na macedônia em cerca de 63dC, durante o intervalo entre o primeiro e o segundo aprisionamento de Paulo em Roma. Paulo guardou (e fez frutificar) o que o Senhor glorioso o havia confiado e agora pede a Timóteo para guardar seu "testamento espiritual" do mesmo modo.

1 Timóteo 4:4-7
Pois tudo o que Deus criou é bom e nada há de reprovável, quando se usa com ação de graças. Porque se torna santificado pela palavra de Deus e pela oração. Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentado com as palavras da fé e da sã doutrina que até agora seguiste com exatidão. Quanto às fábulas profanas, esses contos extravagantes de comadres, rejeita-as.
São versículos que dispensam interpretação... Timóteo se tornou colaborador de Paulo ainda muito novo e lhe escreve para encorajar e instruir.

Segunda Carta a Timóteo

Essa segunda carta é a que mais merece o nome de "testamento espiritual" de Paulo, pois é nela que ele transmite o que lhe foi confiado ao jovem sucessor. Dá-lhe conselhos que são um retrato do "bom pastor" para aquela época - a terceira geração de cristãos, por volta de 80 dC.
Essa é a última das três epístolas pastorais. Respira uma atmosfera diferente das duas primeiras: em Tito e I Timóteo, Paulo estava livre para fazer planos e se locomover à vontade. Nesta epístola, entretanto, encontrava-se aprisionado aguardando sua execução.

2 Timóteo 3:16-17
Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.  Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra.
Versículos que dispensam comentários... esse é o objetivo pelo qual a Bíblia foi escrita e deve ser utilizada!


Carta aos Hebreus

O escrito conhecido como Carta aos Hebreus, na realidade é uma homilia. Dirige-se a judeus convertidos, familiarizados com o culto e sacerdócio de Israel. A mensagem central é que agora temos um sacerdócio e um sacrifício melhores: Jesus Cristo, o qual se ofereceu a si mesmo, instaurando assim a Nova Aliança, que substitui e supera definitivamente a primeira Aliança que Deus fez com o povo de Israel.
A carta toda é uma leitura alegórica (alegoria é uma comparação muito elaborada) do Antigo Testamento. Nossa atenção deve parar não na imagem, mas naquilo que a imagem representa. O assunto não é o sacrifício, mas a vida e obra histórica de Jesus comparada com o sacerdócio, com o sacrifício, com as missões de Moisés e Aarão.
A alegoria mostra ora a semelhança, ora a diferença. A maior diferença é que Jesus não é um animal degolado e sim uma pessoa livre, que oferece a Deus tudo o que ela é e faz, para manifestar o amor de Deus a seus irmãos e os levar a uma vida nova, de uma vez para sempre. Jesus não é vítima de um sacrifício violento, para apaziguar um Deus vingativo, e sim sujeito da autodoação até a morte, para encarnar o amor libertador de Deus. Ele não foi apresentado para morrer, ele morreu porque se apresentou!
Este livro nos ensina um modo cristão de ler o Antigo Testamento, com liberdade, familiaridade e fidelidade criativa, dando um sentido mais profundo e pleno àquilo que as palavras antigas nos lembram.
Já no prólogo afirma o caráter definitivo do Filho. Ele está antes da história, na história, acima da história, é o alvo da história e o agente que produz a purificação dos pecados cometidos pelos homens na história.

Não se tem referência quanto ao autor da Carta aos Hebreus. O livro tem um estilo grego polido que não se assemelha ao estilo de Paulo. O autor usa vocabulário, argumentações e figuras de linguagem que não são característicos de Paulo. Alguns estudiosos apontam Apolo como autor. Ele era homem eloquente e erudito, poderoso nas Escrituras.
Entrementes, um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e muito versado nas Escrituras, chegou a Éfeso. Era instruído no caminho do Senhor, falava com fervor de espírito e ensinava com precisão a respeito de Jesus, embora conhecesse somente o batismo de João. Começou, pois, a falar na sinagoga com desassombro”.At 18,24-26a

Hebreus 4,12-13
A palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas”.
Quando a luz penetra num recinto não há nada que fique escondido. Basta um feixe de luz que tudo se ilumina!